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Programa “Minha Casa, Minha Vida” exigirá entrada maior para financiar imóveis usados de quem ganha acima de R$ 4,4 mil
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O valor máximo do imóvel deve cair de R$ 350 mil para R$ 270 mil. Essas alterações devem ser publicadas nesta terça-feira (6).
- Por Camilla Ribeiro
- 05/08/2024 22h47 - Atualizado há 2 meses
O Programa Minha Casa, Minha Vida, deve apresentar regras mais duras nos financiamentos de imóveis usados para famílias da Faixa 3 do programa com renda mensal entre R$ 4,4 mil e R$ 8 mil.
Essas mudanças deverão ser publicadas no Diário Oficial da União desta terça-feira (6), porém só devem começar a valer a partir do dia 16 de agosto.
O governo já analisava mudanças em regras do Minha Casa, Minha Vida na tentativa de frear o avanço dos financiamentos de imóveis usados.
Essas alterações irão valer apenas para imóveis usados e para o Faixa 3, devem ser:
- aumento da entrada exigida para 50% do valor da casa ou apartamento nas regiões Sul e Sudeste
-elevação da entrada para 70% nas demais regiões
-redução do valor máximo do imóvel R$ 350 mil para R$ 270 mil; medida para todo o país
Cronologia das regras
No início deste ano, as famílias do Faixa 3 poderiam financiar até 80% do imóvel em todo o país.
A entrada era de 20%. O valor máximo da casa ou apartamento para esse público do programa era no valor de R$ 350 mil.
No mês de abril, o governo realizou um ajuste nas regras para imóveis usados.
E aumentou o valor da entrada para famílias do Faixa 3 nas regiões Sul e Sudeste, subiu para 25% ou 30% dependendo da renda familiar.
O governo pretende ampliar ainda mais essa exigência para a entrada e que ela irá passar a valer para todo o país.
A medida deve cortar o valor máximo dos imóveis usados financiados pelo programa. Os imóveis novos não sofrerão essa alteração de teto no valor.
Controle das contas
O Minha Casa, Minha Vida deverá fechar o ano com quase 600 mil financiamentos, um recorde. Dentro desse saldo inclui contratações de imóveis novos e também usados.
O programa é bancado com recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), que viabiliza os financiamentos. Os contratos envolvendo imóveis usados cresceram muito nos últimos anos.
Dessa forma, o governo está na tentativa de conter essa alta. O objetivo é a preservação da essência do programa, que é atender aos mais pobres e garantir recursos para compra de imóveis novos.
A estimativa é que imóveis usados tendem a ser mais baratos beneficiando a população mais carente.
No entanto, imóveis novos acabam geram, mais empregos.
Os imóveis usados devem representar cerca de 30% dos 600 mil contratos do Minha Casa, Minha Vida desse ano.
A fatia era de 14,3% em 2022 e de 6,25% em 2021. No entanto, houve um forte aumento desde o ano passado, quando ficou próximo de 25% dos financiamentos.
Por conta disso, o governo deve mexer nas regras para o Faixa 3, famílias de renda mais alta dentro do programa.
O governo está na tentativa de prEservar as regras para as Faixas 1 e 2, que são mais carentes, de renda menor que R$ 4,4 mil.
Com as novas regras, espera-se que os imóveis usados fiquem abaixo de 30% nesse ano e que o percentual caia ainda mais em 2025, quando as limitações continuarão valendo.